DEAMBULAÇÃO

Perto do abismo sentimo-nos como no decorrer de um valente sismo, leva-se um soco de barulho oco que nos transforma em modo moco durante muitos ponteiros de tempo perdidos, no alto mar do desespero existe uma figura de traços estranhos que nos puxa e nos leva para parte incerta á mercê da nossa vontade, receamos por não retomarmos á doce terra firme, ao nosso porto de abrigo, é o maduro medo que nos insiste em beliscar a conquistada confiança, venha a verdade por mais que ela nos transforme em histórias de sinceridade, ao ver-te infeliz o meu coração quebrou-se, ali pregada em repetitivas deambulações á porta da decisão, ponderações de ficar ou partir no alto da falésia, o que nos reservará o futuro é segredo, será que existe a constatação do destino ou será apenas um hino de pura ilusão, podemos escrever as nossas linhas ou somos cozidos á mercê do acaso, hoje em retrospectiva, a tua decisão acertada de renasceres das cinzas tratou de mostrar ao mundo uma nova versão de ti, renovastes o ciclo vicioso e te tornastes em alguém amistoso, sinto-me orgulhoso pela tua luta interna destemida de subversão das regras outrora certeiras, hoje não te esqueces de viver a valer, as loucuras são as mais sensatas alegrias, os loucos são mais felizes!!