DÉJÀ VU

Se tivesses que contar a alguém o teu maior segredo, mesmo sabendo que possivelmente ela não iria acreditar em ti, o que é que farias, comecei por omitir certas coisas e deixando sair outras tantas, o que seria das pessoas ditas normais se não existissem as ditas loucas, em quem é que as primeiras se inspirariam para chegar às nuvens e as segundas para descer à terra, sabes que não saio de casa sem o meu sentido de humor, ela olha-me ainda desconfiada, o que é que me está a escapar salienta, não estou a ver de modo a descortinar este impasse misterioso, que jogada maquiavélica vem a ser esta afinal, eu digo que quero largá-la mas não consigo vê-la partir, respondo que tu és o meu fogo ardente, vivi por ti, escondi-te em mim porque vaguei no tempo para não te esquecer, mas chegou a hora de perguntar tu quem és e eu quem sou, quem fomos e para onde iremos, não estou com a adrenalina que o puro amor origina, lembro-me que os teus lábios sabiam a mar salgado, sinto uma inquietude memorial, como um déjà vu perante o reconhecimento de já ter vivido isto antes, eu quero ir voar directo ao sol e tu vives a sonhar com a lua!!