MORDIDELA

Eu não te quero pela frescura matinal. Não me leves a mal, tu até és sensual. Preciso de estar sozinho, no meu ninho. Embora me acompanhes em pensamento, fica por aqui o nosso momento. Esse amor que dizes sentir, não é mais do que veneno pronto a expelir. Tens uma bonita pele, mas em ti mora uma cascavel. Não quero a tua mordidela, mesmo que me passes o antídoto dela. Às vezes mais vale retirarmo-nos no tempo certo, enquanto só guardamos boas memórias, do que ficarmos a prolongar o inevitável. Desta forma, evita-se provocar danos irreparáveis. Siga cada um para seu lado da selva e declara-se o politicamente correcto, "diferenças irreconciliáveis".