DILÚVIO

Estou de pé no meu quarto, junto a uma janela, a visão focaliza o ondulado mar, a linha da água divide-me, lembro-me de quem fui e quem quero ser, tento recuperar os pedaços perdidos no tempo, a armadura está cheia de buracos de bala, esta canção de fundo é triste mas embala-me, glória e orgulho são os meus pilares, a culpa persegue os passos da minha sombra, presenceio uma dança de pessoas mortas, tudo o que faço é ficar ali a olhar, sinto um dilúvio dúbio, uma maré de sangue avizinha-se, resolvo todos os problemas, eles não esperam por mim, a surpresa é uma jogada de mestre, a justiça é feita em última instância, antecipo a vingança, caiu a bomba da revolta, rebentou a esperança!!