A maioria das pessoas deambula para encontrar alguém, mas esquecem-se de se encontrar primeiro a si próprias para oferecer a melhor versão delas aos demais, eu sei que a minha forma de escrever é pateta mas vou chegar à meta antes de ficar careca, tu sabes que a tua forma de fotografar é ilusória mas não vais proporcionar sensações irrisórias porque a qualidade do material é peremptória, eles não sabem o que nos move a criar, deixemo-los viver nas suas ignorantes inocências, é a força da paixão da escrita e da fotografia que nos tira o sono e nos deixa cansados mas felizes e realizados, sentados no nosso quarto a fazer arte enquanto os outros estão deitados a fazer a sua parte no repouso, é a batalha do corpo fatigado contra a mente criadora, eu não escrevo para os outros, escrevo para suprimir uma necessidade da minha mente, para poder desabafar o conflito interno com que ela se debate, se não escrever e falar acumulo muita energia e todos os meses teria que matar alguém para descarregar essa carga guardada em excesso, como homicídio dá direito a ver o sol aos quadradinhos opto por expandir o verdadeiro eu e pouco o mal no mundo, não tenho culpa de ser hiperactivo, irrita-me solenemente as pessoas que não suportam a forma de ser e estar dos outros só porque são diferentes, nunca ninguém me vai conseguir silenciar quando eu discordo, condenar quando defendo os meus valores, censurar a minha voz própria, nascemos e morremos sozinhos, é somente com a nossa consciência que criamos um pacto eterno, cada vez mais fortes na resistência à maré imposta socialmente que não muda o estado da nossa mente!!
