REPETIÇÃO

Eu já não sei onde te deixei ficar, já não sei o que irei mais aplicar, já não sei onde foi que errei ou o que serei, agora que já não sei o que mais farei assim te direi que se o verdadeiro eu e tu voltarem, eu vou-te encher de beijos, cada dia que passa mais o meu olhar visualiza a tua chegada, mas se tu não quiseres tudo bem podes ir correr livremente, deixo-te partir sem duvidar, só quero ver-te alegre e realizada a amar, mas quero que saibas que não consigo fartar-me desse teu doce ar, os ponteiros estão longos e ergo as mãos aos céus e peço que me enviem um sinal da tua rota, quero saber para onde o vento levou o meu cristal dourado, sei que quando se fazem as coisas com paixão e conhecimento, os resultados aparecem passado um momento, esqueceste-te do nós, ou fui eu que esqueci-me do tu e eu, a vida é apenas uma brisa momentânea e deveras espontânea, vivo a minha com os olhos bem abertos, era bom que o amor fosse como uma simples canção, quase sempre com estrutura de coração, rima e certeiro refrão, mas não ele vive complicado de ilusão, tensão e traição, chega de novo a doce repetição da sensação de ficar sem respiração no coração, o momento surge no anseio de viver de novo a experiência passada, quando a minha morte chegar, a minha vida poderá ser revista em formas musicais, numa retrospectiva longa, profunda e sentida feita pelos meus, não vivo para que a minha presença seja excessivamente notada, mas para que a minha falta seja sentidamente lembrada!!